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HISTÓRIA DA AVIAÇÃO NO BRASIL – PARTE 12

Por: Cmte. Pedro Canabarro Clique aqui para ver as outras partes

A LAB surgiu, assim como outras empresas começariam a surgir no Brasil, com a facilidade de aquisição de aeronaves que começavam a se tornar excedentes da guerra que terminava. Muitos viam nestes excedentes uma ótima oportunidade de ganhar dinheiro, e acabavam criando empresas aéreas sem estrutura e condições adequadas, condenando as mesmas a falência em um futuro bem próximo.
A LAB surge nesta esteira em 9 de fevereiro de 1945, em Belém do Pará, contando com acionistas de vários outros estados brasileiros. Apesar de ser criada no Pará, a empresa pede autorização para fazer voos entre o Rio de Janeiro, São Paulo e Minas Gerais. Fazendo esta ligação com 5 aviões C-47 excedentes de guerra.
Além de problemas administrativos que faziam a empresa não conseguir manter a regularidade de seus voos, também problemas operacionais e técnicos levaram a empresa a adquirir fama de empresa não confiável e insegura para voar.
Envolvida em diversas denúncias, inclusive trabalhistas por não pagar os salários em dia e não cumprir as normas trabalhistas, a LAB encerra suas atividades em 1948.
Infelizmente, pouco mais além disso se tem registrado da LAB. Também seu acervo praticamente inexiste.

Apesar de surgir com um interesse fora do comum pelo mercado no final de 1943, a Linhas Aéreas Paulistas só entraria em operação em junho de 1945, com apenas um Lockheed Hudson. Em 1946, a empresa adquire 4 C-47 excedentes de guerra e consegue inaugurar a rota de São Paulo para Recife e Campina Grande, na Paraíba. Mais tarde, mais um DC3 seria incorporado a empresa e, em 1951, um Curtiss C-46 também é incorporado a frota.
Uma série de acidentes entre os anos de 1947 e 1951 faz com que a empresa chegue a 1951 operando apenas uma linha e com sérios problemas estruturais e financeiros. Em um de seus acidentes, em 12 de julho de 1951, morreram os 28 passageiros e os 5 tripulantes a bordo de um de seus DC3s. Durante a aproximação por instrumentos para pouso no Aeroporto de Aracaju, com chuva forte e teto baixo, a aeronave acaba por bater nas arvores próximas as cabeceiras da pista. Um dos passageiros era o governador do estado do Rio Grande do Norte.
Neste mesmo ano de 1951, a LAP acabaria comprada pelo Lóide Aéreo Nacional, encerrando a sua curta e trágica jornada. Muito pouco sobrou do acervo da companhia aérea. Alguns itens podem ser encontrados em leilões na internet, mas muito pouco se sabe sobre o destino de seu acervo.

A VASD começa como parte de um projeto ambicioso, que envolvia outra empresa aérea, a Linha Aérea Transcontinental Brasileira TBC, que teria à frente Dulcídio do Espírito Santo Cardoso, militar e político muito ligado ao governo Vargas. Ambas as empresas participavam conjuntamente de recursos técnicos e comerciais, porém mantendo suas identidades particulares. A VASD operaria principalmente com hidroaviões e um cargueiro, através de linhas pelo litoral, enquanto a LATB pelo interior com C-47s.
Apesar de surgir no início de 1944, começaria a operar regularmente somente em 1945, quando ligou o Rio de Janeiro a Fortaleza e a Porto Alegre com aviões PBY 5 Catalina, e um avião cargueiro Budd RB 1 Conestoga. Naquele mesmo ano de 1945, em dezembro, por desavenças técnicas e administrativas, toda sua diretoria se demite.
Em janeiro de 1946, o Budd RB 1 efetua um pouso de emergência no Campo dos Afonsos, tendo avarias que o levam à perda total. Devido a esse acidente, os dois Catalinas também são interditados e paralisados. A VASD ficaria no chão até março de 1947, voltando a operar somente em conjunto com a LATB, com dois DC-3 provavelmente cedidos pela LATB.
Em outubro de 1948, ocorre a fusão parcial entre as duas companhias.

A LATB nasce no mesmo ano da Viação Aérea Santos Dumont, apenas alguns meses mais tarde, em julho de 1944, já com uma frota de cinco Avros Anson. Em 1946, mais três C-47s foram incorporados à frota. A autorização definitiva para serviços regulares só viria em agosto de 1948 com as rotas do Rio de Janeiro para São Paulo e do Rio de Janeiro para Recife.
Naquele mesmo ano, o homem à frente das duas empresas, Dulcídio do Espírito Santo Cardoso, migra para a Viação Interestadual de Transporte Aéreos (VITA).
A partir de 1949, a empresa começa uma razoável expansão em suas rotas. Porém, uma série de acidentes reduz sua capacidade de crescimento, levando à sua venda em 1951 para a REAL. A VASD permanece fora do negócio e opera até 1952, quando foi absorvida pela Nacional.

Avro Anson
Companhia Meridional de Transportes
Empresa fundada ao final de 1944, pelo proprietário, presidente e piloto, Coronel Álvaro Araujo, que tinha formação na aviação naval. Começa a operar em agosto de 1945 com três Avros Anson na rota que saía do Rio de Janeiro, fazia escala em Campos, chegando até Vitoria, no Espírito Santo.
Em dezembro de 1945, a aeronave da Companhia Meridional de Transportes, prefixo PP-MTA, caiu no bairro de Itaipu, em Niterói (RJ), matando todos os seis passageiros e tripulantes, incluindo o piloto e proprietário da companhia aérea, Álvaro Araújo.
Em março de 1946, outra aeronave acidenta-se em Campos e tem perda total, causando a falência da empresa e o encerramento de suas operações.
Muito pouco se sabe sobre a história desta empresa, e menos ainda sobre o destino de seu acervo histórico.