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HISTÓRIA DA AVIAÇÃO NO BRASIL – Parte 2

Por: Cmte. Pedro Canabarro Clique aqui para ver as outras partes
O voo controlado
Enquanto era realizado o primeiro voo tripulado, alguém já pensava em como realmente controlar aqueles balões. O objetivo agora passava ser voar para onde se desejasse, deixando de ser o piloto do balão um mero passageiro ao sabor dos ventos.

Ele seria dotado de um outro balão interno de hidrogênio, circundado por ar atmosférico, selado pelo balão externo. O ar poderia ser injetado por ventiladores, com a função de manter a forma do aeróstato, além de servir de lastro, proporcionando controle da altitude.
O projeto incluía, ainda, aletas horizontais para a estabilidade e três grandes hélices a serem acionadas manualmente. Porém, a morte em batalha do inventor impediu que o protótipo saísse do papel.

Um grande avanço sem dúvida. Mas o balão ainda apresentava o mesmo problema dos anteriores: não conseguir voltar ao local de partida e nem avançar contra o vento. Problema esse que seria solucionado somente 32 anos mais tarde.
Gaston e Albert Tissandier, discípulos de Giffard, realizaram em 1883 e 1884, experiências que procuravam mostrar que uma hélice movida por um motor elétrico poderia dar a dirigibilidade desejada a um dirigível.

Em 9 de agosto de 1884, o La France decola para uma viagem de vinte e três minutos, aterrissando no mesmo ponto de onde havia partido. Assim nascia o primeiro voo controlado da história da aviação.

O La France, de Chalais-Meudon e Krebs, apresentava as mesmas medidas e proporções do projeto de Júlio. E, por coincidência, os idealizadores do La France estiveram presentes na apresentação de Júlio em Paris.
Jornais da época divulgaram a polêmica e ingleses e portugueses ficaram solidários ao brasileiro.
Um século havia se passado desde primeiro voo dos irmãos Montgolfier, até que fosse solucionado o problema da dirigibilidade. A busca por essa solução originou diversas teorias que evoluíram para além do limite do balão a gás, chegando ao estudo e ao desenvolvimento do voo com aparelhos mais pesados que o ar.

Escreveria Cayley: “O problema consiste em estabelecer uma superfície plana, de determinado peso, impelida por força capaz de vencer a resistência do ar…”
Em 1810, outro inglês, Thomas Walker, escreve um tratado sobre a arte do voo com meios mecânicos. Já em 1898, o Conde Ferdinand Adolf August Heinrich von Zeppelin projeta seu LZ 1, o primeiro de muitos Zeppelins que iriam revolucionar o conceito de voar e de transportar pessoas e cargas. A contribuição do Conde alemão transformaria não somente a aviação, mas também o mundo.

Assim surgia o termo que viria a inspirar, seduzir e encantar não somente entusiastas e inventores, mas toda a humanidade.
Em breve, a parte 3 – fique atento a nossas mídias.