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HISTÓRIA DA AVIAÇÃO NO BRASIL – PARTE 30

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Por: Cmte. Pedro Canabarro Clique aqui para ver as outras partes

 

Passaredo Transportes Aéreos 

A família Felício esteve sempre ligada ao ramo de transporte e turismo, em 1978 surgia pelas mãos de José Luís um dos irmãos Felício, a Viação Passaredo na cidade de São José dos Campos-SP. Atendendo a demanda por viagens de turismos e coorporativas, inicialmente com suas atividades voltadas para o fretamento. Em 1986 a empresa expande sua área de atuação para a Capital paulista, e em 1991 para Ribeirão Preto onde expande a área de atuação para o transporte coletivo com a Transcorp.

O filho de José Luís Felício aficionado por aviação se torna piloto e acaba influenciando o pai a expandir novamente o negócio da família. Assim, Felício fundaria a Passaredo Transportes Aéreos em 1995 em Ribeirão Preto, com o objetivo de ligar a cidade com os principais centros urbanos do país.

O plano de negócios visa operar voos regionais em caráter regular e fretamentos turísticos que atendessem principalmente as cidades de Goiânia, Brasília, São Paulo, Curitiba, São José dos Campos, Belo Horizonte e Vitória da Conquista. Usando aeronaves Embraer EMB-120 Brasília de 30 passageiros.

A Passaredo teria autorização jurídica de funcionamento em 17 de fevereiro de 1995, recebendo a autorização de voos em 14 de junho daquele ano, para explorar o serviço de transportes regular de passageiros em âmbito regional.

A empresa receberia sua primeira aeronave Embraer EMB 120 Brasília, meses depois e iniciaria sua operação dia 1º de julho de 1995, na rota Ribeirão Preto, São José dos Campos, Curitiba, Belo Horizonte, Palmas e Goiânia.

A Passaredo receberia seu segundo Brasília somente em janeiro do ano seguinte e o terceiro em março de 1996, porém devolveria a primeira aeronave a Embraer, por motivos de manutenção, naquele mesmo mês, ficando com duas aeronaves apenas até que receber outro Brasília em dezembro daquele ano.

Em dezembro de 1997 a empresa incorporou à frota dois Airbus A310-300 para 244 passageiros, sendo a primeira empresa brasileira a utilizar o modelo em sua frota. A primeira aeronave entraria em operação dia 19 de dezembro, e a segunda em agosto daquele ano. A ideia era usar os aviões em fretamentos através de um pool de agências de viagem fazendo ligações entre a região sul e sudeste com o nordeste do Brasil e alguns destinos internacionais no Caribe.

A empresa traria também dois ATRs–42-300 para 50 passageiros para auxiliar nas rotas regionais e também nos fretamentos. O primeiro chegaria no dia 19 de dezembro de 1998 e o segundo em 30 de março do ano seguinte.

Em 1999 com a disparada do dólar e a crise cambial de 1999 a empresa que já operava com certa dificuldade financeira resolve parar os Airbus e os ATR-42-300, voltando a operar exclusivamente com os três Brasília iniciais.

Com a diminuição da oferta e mais uma crise financeira que se abatia sobre o país, a Passaredo luta para sobreviver até 2002, quando resolve suspender suas operações para se reestruturar em 15 de março daquele ano.

A empresa voltaria a operar somente em março de 2004, após um período de estudos e preparação, com apenas um avião Embraer EMB-120 Brasília, e agora independente do Grupo Passaredo. A empresa também mudaria de nome para Passaredo Linhas Aéreas, e ficaria sob o comando de Felício Filho. Com poucas linhas e voos a empresa lentamente iria retomando seu espaço e acrescentando mais Brasílias a sua frota.

Em 2007 a empresa contava com quatro aeronaves Brasílias operando em rotas com vôos diretos que ligam Ribeirão Preto às principais capitais brasileiras como Brasília, São Paulo, Rio de Janeiro, Salvador, Cuiabá, Goiânia, Belo Horizonte, Curitiba e as cidades de Barreiras, Vitória da Conquista, Uberlândia, Franca e São José do Rio Preto. Transportaria naquele ano 90 mil passageiros

Em 2008 a empresa receberia mais duas aeronaves Embraer EMB-120 Brasília, e iniciaria os estudos para a modernização de sua frota e sua reformulação da identidade visual.

Assim, em abril de 2009 chegava a Ribeirão Preto o primeiro Embraer ERJ-145 e, dois meses mais tarde, o segundo avião do tipo. O custo do leasing mensal de cada avião variava entre 70 e 95 mil dólares. Naquele ano a Passaredo inauguraria novas rotas para o Rio de Janeiro, São Paulo, Porto Alegre, Palmas, Bauru, Marília, Barreiras, Presidente Prudente, Goiânia e Recife. Com isso a companhia mais que dobrou a oferta de assentos e se consolidou como segunda maior regional do Brasil. A empresa terminaria aquele ano com uma frota de 10 aeronaves, quatro ERJs e seis Brasílias.

Em novembro de 2010 a companhia recebeu um Embraer ERJ-135 se tornando a primeira empresa brasileira a operar o modelo, porém a aeronave seria devolvida 11 meses depois. Naquele ano a empresa enfrentaria o seu primeiro acidente quando em 25 de agosto, um ERJ 145 pousou sem conseguir baixar o trem de pouso no aeroporto de Vitória da Conquista, na Bahia. Após tocar a pista, o jato saiu pelo lado esquerdo e uma das turbinas pegou fogo. Não houve feridos, mas o avião ficou irrecuperável.

2011 começava com um aumento das tarifas aeroportuárias, o preço do petróleo atingindo uma alta histórica de 120 dólares o barril. Somado a isso a Passaredo enfrentava os elevados custos de manutenção e a concorrência da Webjet e da Gol que tinham 22 voos partindo de Ribeirão Preto a valores baixíssimos. Com esse cenário a empresa iniciava uma nova crise e uma nova reestruturação. A primeira medida foi vendendo parte dos ativos, três EMB-120 Brasília para reforçar o fluxo de caixa. Depois, em fevereiro de 2011 a empresa parou os últimos Brasílias da frota, e em uma readequação da malha deixaria de voar para Marília, Bauru e Presidente Prudente. A empresa terminaria 2011 com uma frota de 15 jatos atendendo 27 cidades em 104 voos diários.

O ano de 2012 seria turbulento para a Passaredo. O crescimento acelerado, e a jato, havia custado uma nova crise financeira para a empresa. Sendo obrigada a se livrar dos ERjs a empresa tem de se reinventar para sobreviver, e criar um modelo de negócio novo para continuar em atividade no mercado regional. Há opção mais viável parece ser a volta dos turboélices, porém os novos de fábrica ATR-72 600, o avião para até 70 passageiros. Assim, Em 22 de maio de 2012 chegaria o primeiro de quatro ATR 72-600 novos vindos direto da fábrica, além de estarem programado mais cinco ATR 72-500 usados.

Em setembro a empresa deixaria de operar os Embraers ERJ 145 e após demissões e falta de pagamento de contas e salários a empresa entraria em recuperação judicial em 19 outubro de 2012, tendo cinco anos para acertar seu passivo. Naquele ano a empresa transportaria 692 mil passageiros

Em maio de 2013, a Passaredo Linhas Aéreas teve seu plano de recuperação judicial aprovado, conseguindo assim renegociar uma dívida superior a R$ 150 milhões. A empresa terminaria o ano transportando em média 52.000 passageiros ao mês, atendendo a 16 localidades, com 54 voos diários, e uma taxa de ocupação a em torno de 70%. A empresa ainda faria acordos para opera de forma complementar com as malhas aéreas das empresas LATAM através de code-share, e com a Gol LINHAS AÉREAS através de contrato interline. A empresa contava com uma frota de seis ATRs-72, sendo quatro do modelo 600 e dois do modelo 500.

Em 2016 a empresa possuía uma frota de sete aeronaves ATR 72, contando com aproximadamente 700 funcionários e havia transportou mais de 800.000 passageiros, atendendo a 20 cidades em nove estados do Brasil. Em 2017 os ATR 72-600 foram devolvidos aos lessors e outros cinco ATR 72-500 foram trocados por cinco ATR 72-500 mais novos vindos da TRIP. Em agosto daquele ano seria finalizada a recuperação judicial da Passaredo.

No dia 3 de julho de 2018, a companhia anunciou a venda da empresa para o Grupo Itapemirim, mas, em 14 de setembro do mesmo ano o negócio foi desfeito O ano de 2019 seria mais um ano de reformulação para A Passaredo ficaria com 14 dos slots da extinta companhia Avianca, em Congonhas. Em 21 de agosto, compraria o controle das Linhas Aéreas MAP, que havia ficado com 12 slots de Congonhas, e a reformula toda a sua identidade criando o VOEPASS, união da Passaredo com a MAP, deixando de existir os nomes Passaredo e MAP.

Atualmente empresa atende 14 destinos atualmente com uma frota operacional de quatro ATRs 72-500, apesar de ter 14 aeronaves ATRs estocadas.

 

TAF – Táxi Aéreo Fortaleza

O Taxí Aéreo Fortaleza surgiria em 1957 com o paranaense João Ariston Pessoa de Araújo, que operando a partir da pista do Aeroclube de Fortaleza iniciaria aquele empreendimento aeronautico.

Após 20 anos operando como taxí aéreo a TAF começaria a alçar voos mais altos em outubro de 1980, quando a empresa receberia o primeiro de quatro Embraer EMB-110 Bandeirante, destinados a fazer transporte de carga sob demanda e voos sistemáticos e de taxi aéreo. Mais tarde chegariam os Cessnas Caravan C208 que juntamente com os EMB 110 levariam a TAF até as principais capitais do nordeste brasileiro.

A TAF estrearia no mercado regular da aviação regional em 10 de fevereiro de 1995, através da portaria 135/GMS do DAC. Optando por um plano de negócios arriscado, a TAF resolve entrar em concorrência direta nas rotas exploradas pela Varig e Nordeste Linhas aéreas.

Obviamente o plano quase suicida da TAF, que usava EMB-110 contra os Boeings e Brasílias da concorrência, daria errado e a empresa teria de recuar em suas pretensões.

Porém, numa nova tentativa de estabelecer a concorrência com as grandes do setor, introduziria em sua frota um Boeing 737-200QC para concorrer com os jatos da Varig. O “breguinha” aumentaria a oferta, porém aumentaria os custos da empresa também, e não fariam frente aos jatos mais modernos da concorrente. Novamente a empresa se vê na necessidade de mudar seu planejamento, o que levaria a TAF a mudar também o foco de seus negócios para voos cargueiros e voos de fretamentos que ocorreriam esporadicamente nos finais de semana.

A TAF receberia em 2002 o seu segundo 737-200QC, o qual seria um avião de profundo interesse histórico. Este mesmo avião havia sido anos atrás sequestrado quando era operado pela Lufthansa no voo LH 181 em 1977.

A História do Voo Lufthansa 181 começaria em Palma de Maiorca, quando foi sequestrado em outubro de 1977, após a decolagem para Frankfurten. Quatro membros da Frente Popular para a Libertação da Palestina ameaçariam 86 passageiros e cinco tripulantes, durante cinco dias, enquanto o avião vagava entre a Europa e o Oriente Médio e a África. No final a aeronave seria invadida por comandos alemães em Mogadíscio, sendo este incidente conhecido como o Outono Alemão.

Por sua vez a TAF que cada dia mais voltava sua operação para a carga, receberia em 2004 um Boeing 727-200 cargueiro aumentando sua frota para nove aeronaves, sendo três Boeings 737-200, sendo dois Quick Change, três Cessnas C-208 Caravan, um Cessnas 208 Gran Caravan e um EMB-110 Bandeirante. Naquele ano de 2004 a empresa transportaria cerca de 10 mil passageiros e quase 17 toneladas de carga. Em 2005 a empresa planejava um acordo operacional com a empresa Suriname Airways para realizar voos entre Fortaleza e Paramaribo, e também pretendia concorrer às licitações dos Correios bem como fazer fretamentos de carga e realizar voos de passageiros domésticos. Porém em 2008 abandonaria por completo suas operações de passageiros, ficando somente com a operação cargueira.

Com um plano de negócios que não tinha um foco definido e enfrentando altos custos operacionais e prejuízo, a TAF que já havia contado com uma frota de 12 aeronaves em 2003, teria sua autorização de operação cancelada pela ANAC em 2010, e a finalmente sua extinção por completo em 2013.

O Governo Alemão mandaria representantes da Lufthansa ao Brasil em 2017 buscar o histórico Boeing 737-200, chamado de Landshut em sua época de Lufthansa, a aeronave que se encontrava abandonada como sucata no aeroporto de Fortaleza, seria desmontada e levada para o Museu Aeroespacial Dornier, em Friedrichshafen, no sul da Alemanha.

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