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ENTREVISTA COM COMANDANTE LUIZ CABRAL SOBRE ENCONTRO DA IFALPA


A ABRAPAC participou, ao lado de SNA, Asagol e ATT, do encontro da IFALPA para a região do Caribe e da América do Sul (Car/Sam), realizado em Buenos Aires. Confira a entrevista do diretor de assuntos IFALPA, Luiz Cabral, sobre os resultados do evento.

Qual impressão a delegação da ABRAPAC teve do encontro em Buenos Aires?

Luiz Cabral – Esse encontro foi um marco histórico devido à representatividade brasileira. Pela primeira vez o bloco CAR-SAM têm um vice-presidente regional brasileiro, o comandante Osvaldo Neto. E também pela primeira vez tivemos a maior delegação, contando com sete integrantes das quatro maiores associações brasileiras.

Pudemos perceber a aviação brasileira assumindo um papel hegemônico na região, já que grande parcela do tráfego aéreo sobrevoa nosso território ou tem como destino ou origem cidades brasileiras.

E como ABRAPAC, SNA, Asagol e ATT podem ajudar no contexto internacional?

Luiz Cabral – A IFALPA representa mais de 100.000 pilotos de linha aérea no mundo, realizando pesquisas nas áreas de segurança operacional. Muitos trabalhos científicos são desenvolvidos no Brasil e pouco divulgados no cenário internacional. Tivemos a oportunidade de mostrar alguns desses trabalhos e nos posicionar com propriedade perante assuntos de interesse comum dos países participantes do encontro. Devido a essa posição de liderança no bloco, fomos solicitados a prestar ajuda a alguns países vizinhos, que querem usar nossos trabalhos como base para o desenvolvimento dos programas de segurança operacional em seus países. Podemos nos orgulhar da nossa aviação e devemos sempre buscar caminhos que a torne ainda melhor.

Quais temas a delegação brasileira apresentou?

Luiz Cabral – Fizemos quatro apresentações, das quais duas eram trabalhos. No primeiro dia foi apresentado o posicionamento quanto ao teste de substâncias psicoativas ( Problematic Substance Use Testing – The Brazilian Overview). Como base para a apresentação, foi utilizada a Instrução Suplementar 120 da ANAC, comparando com o documento 9654 da ICAO e o documento da IFALPA que está sendo escrito no comitê de fatores humanos.

No terceiro dia, foi apresentado, a pedido da IFALPA internacional, um trabalho sobre o perigo baloeiro no Brasil. Esse trabalho teve como base as apresentações nos últimos encontros do Comitê de Perigo Baloeiro. O tema despertou grande interesse das autoridades internacionais que destacaram a necessidade em regulamentar essa atividade. Em breve convidaremos os associados a assistirem a essas apresentações em nossa sede.

Como você vê a sinergia entre ABRAPAC, SNA, Asagol e ATT?

Luiz Cabral – Estamos vivendo um momento único na história recente da aviação brasileira. Após a descontinuidade das operações da VASP, TRANSBRASIL e VARIG, perdemos a unidade da representação perante empresas, órgãos governamentais e opinião pública. Os pilotos exercem um papel imprescindível no sistema de gerenciamento de segurança operacional. A opinião dos pilotos só é robusta se for colocada de forma consciente, fundamentada e ética, acima de tudo. Vejo nos últimos cinco anos o resgate dessa unidade. Há uma grande sinergia entre as quatro associações mencionadas, sobretudo no que se refere à discussão da eficiência e da segurança operacional.

Qual é o papel da ABRAPAC nesse contexto de sinergia?

Luiz Cabral – A ABRAPAC é a representante da IFALPA no Brasil. Por ser uma associação formada exclusivamente por pilotos, a ABRAPAC tem o papel de centralizar os trabalhos técnicos das associações no Brasil e divulgar nos comitês da IFALPA. Desses comitês saem os documentos que geram recomendações dos pilotos para a ICAO e IATA. Neste momento, a ABRAPAC está organizando os grupos de trabalho para efetivarmos nossa representatividade nesses comitês da IFALPA. Aproveito a oportunidade para convidar os associados a participarem dos grupos de estudo e desenvolvimento científico. Basta enviar um e-mail para international@pilotos.org.br.

E o futuro dessa união, o que ele nos reserva?

Luiz Cabral – Diante do cenário desafiador da economia brasileira e da grande sensibilidade da indústria aeronáutica às intemperes externas, a sinergia entre ABRAPAC, SNA, Asagol e ATT se torna ainda mais importante. Diferentes realidades são debatidas e consensos obtidos após serem ouvidos os posicionamentos. Nesse último encontro mostramos ao mundo essa unidade e consenso ao falarmos em nome dos pilotos brasileiros, e não em nome de uma ou outra associação. Mostramos um discurso único e coeso, despertando interesse das nações vizinhas. Acredito que estamos no caminho certo e nossa contribuição para a indústria é historicamente significativa.

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